[Resenha - Galera Record] De Volta

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos livros anteriores da série. Caso você não tenha lido os outros volumes, aconselho que pule a sinopse.

Resenha de The 100 | Resenha de Dia 21

Título: De Volta

Autora: Kass Morgan

Tradução: Rodrigo Abreu

Livro # 3 da trilogia The 100

Editora: Galera Record

Número de páginas: 304

Skoob | Leia um trecho

Terceiro e último volume da série The 100, sucesso na MTV. Quando naves riscam o céu da Terra, os 100 sabem que mais pessoas estão deixando a colônia espacial. E esse pode ser o retorno definitivo da humanidade ao planeta. Glass sobreviveu à queda dos módulos de transporte. Ela experimenta as novas sensações de estar na Terra. Clarke, por sua vez, está comandando o resgate aos sobreviventes da colisão, mas não consegue parar de pensar em seus pais, que ainda podem estar vivos. Já Wells precisa encontrar uma forma de lidar com a nova ameaça à sua liderança. Os homens que detinham o poder na colônia estão decididos a manter a ordem na Terra segundo suas regras. Mas essa nova lei está longe de ser justa. Chegou a hora de os 100 lutarem por liberdade, em seu novo lar.

Há aproximadamente 300 anos, alguns humanos deixaram a Terra, que havia se tornado inabitável devido à presença de radiação após a Terceira Guerra Mundial, e foram morar no espaço. Lá, formaram uma colônia dividida em algumas áreas. Uma delas passou a abrigar as pessoas mais ricas, que mantiveram vários privilégios; nas outras, eram fornecidos menos recursos e as pessoas tinham apenas o necessário para sobreviver.

As leis eram muito rígidas, e depois de algum tempo ficaram ainda piores. Para um adulto que desobedecesse alguma delas, a pena habitual era a morte. Para um menor de 18 anos, a pena era o confinamento, seguido por um rejulgamento quando completasse 18 anos - que ultimamente condenava todos à morte também. Nenhuma explicação era dada para tamanho rigor. E foi também sem dar nenhuma justificativa que o Governo da colônia decidiu mandar secretamente 100 dos "criminosos" confinados para a Terra. Afinal, alguém precisava testar se o ambiente havia se tornado seguro para ser habitado, e quem melhor para essa missão que jovens que morreriam de qualquer maneira? 

De volta é o livro que encerra a trilogia The 100. Para variar, reli os dois primeiros livros antes de ler esse... rs... vocês devem ter notado que faz tempo que não sai nenhuma resenha por aqui. Não é necessária a releitura, a autora nos lembra durante a narrativa dos fatos importantes. E, na verdade, acredito que isso colaborou para que eu me decepcionasse um pouquinho com o último livro.

Não é que ele seja ruim, mas algumas coisas ficaram em aberto, e não curto muito terminar uma série com dúvidas. Apesar disso, desde o primeiro livro houve sim uma evolução muito grande tanto na história quanto nos personagens. A narração continuou sendo feita em terceira pessoa, sob o ponto de vista dos quatro protagonistas: Wells, filho do Chanceler, o governante da nave; Clarke, uma aprendiz de medicina que foi confinada antes de terminar seu treinamento; Glass, uma garota que mora no lado rico, mas que há tempos passa aperto para conseguir ter pelo menos o básico e Bellamy, o único jovem da colônia que possui uma irmã - já que as leis para reprodução são super severas, uma vez que a nave só pode abrigar determinado número de pessoas.

Isso faz a narrativa ficar bem mais rica, já que nem sempre os personagens estão juntos e assim conseguimos descobrir o que está acontecendo em vários núcleos. Este livro em especial me fez sentir muita raiva, tem gente que não tem a menor ideia do que seja manter a palavra; que não tem a menor noção de honra, respeito e humanidade. Gente que só pensa no poder, que acha que está acima de todos e não se importa em fazer tudo errado, desde que não tenha que admitir que alguém pode lidar de forma melhor com as coisas.

É muito triste ver pessoas intolerantes usando a violência para se impor. Felizmente, temos também personagens que acreditam no diálogo para resolver as coisas e em viver de forma mais livre, sem deixar de lado a ordem. Pessoas que defendem o que acreditam. Que não têm nenhum prazer em lutar contra outros seres humanos, mas que farão o que for preciso para garantir que possam continuar levando suas vidas da forma que acham correta. 

Algumas facções surgem, e pude ter o vislumbre de uma nova guerra. Existem pessoas que, aparentemente, só querem derramar sangue (para se vingar de algo que ninguém tem provas de ter acontecido), e não vão sossegar enquanto não exterminarem todos os que querem apenas coexistir com elas. Por sorte, tem gente que aprende com os acontecimentos. Infelizmente, isso não parece acontecer com todos.

Li o livro bem rapidamente, acho essa série um tanto quanto viciante e, apesar da autora ter deixado algumas pontas soltas, ainda recomendo a leitura. É uma mistura de distopia com ficção científica que nos faz refletir bastante sobre o futuro da humanidade, que mostra a importância da amizade e da convivência pacífica em sociedade para a construção de um mundo melhor.