quinta-feira, 30 de maio de 2013

[Resenha] Anna Kariênina

Postado por Ju às 11:00
Título: Anna Kariênina
Autor: Liev Tolstói

Sinopse: Liev Tolstói escreveu Anna Kariênina entre 1873 e 1877, prestes a completar 45 anos. Depois de escrever o romance Guerra e paz , entre 1863 e 1869, dedicara-se aos afazeres agrícolas, além de fundar escolas, elaborar e difundir teorias e técnicas pedagógicas polêmicas e estudar o grego com afinco. Ao mesmo tempo, foi acumulando uma impressionante quantidade de informações sobre o tsar Pedro, o Grande. Seu intuito era escrever um romance sobre a época em que Pedro I foi o imperador da Rússia. Após tentativas obstinadas, Tolstói desistiu do projeto. Por outro lado, nutria a idéia de fazer um relato sobre uma mulher adúltera, da alta sociedade. Durante um tempo, estes dois temas levaram vidas independentes em seu pensamento. Quando a imaginação os uniu, Anna Kariênina começou a nascer. Em janeiro de 1875, a revista Mensageiro russo publicou os primeiros catorze capítulos de Anna Kariênina. Tolstói distribuiu ao longo do livro os temas que o inquietavam, discutidos pelos personagens - a guerra da Sérvia, a administração agrícola, o regime da propriedade da terra, a relação com os trabalhadores, a decadência da nobreza, a educação das crianças, o casamento, a religião, o serviço militar compulsório, as teorias de Spencer, Lasalle, Darwin e Schopenhauer. Estruturado em paralelismos, o livro se articula por meio de contrates - a cidade e o campo; as duas capitais da Rússia (Moscou e São Petersburgo); a alta sociedade e a vida dos mujiques; o intelectual e o homem prático, etc. O tema é descentralizado a cada novo episódio. Os dois principais personagens, Liévin e Anna, só se encontram uma vez, em toda a longa narrativa. Mas nem por isso estão menos ligados, pois a situação de um permanece constantemente referida à situação do outro. Anna viaja a Moscou para tentar salvar o casamento em crise de seu irmão. Consegue ajudá-lo, mas acaba pondo a perder o seu próprio, apaixonando-se por um aristocrático militar por quem larga o marido e o filho pequeno. Liévin, um rico e jovem proprietário de terras rurais, vive às voltas com problemas de conflitos de classe de seus lavradores e questionamentos existenciais profundos. Nesta tradução, Rubens Figueiredo busca preservar ao máximo os traços do original russo. Frases longas foram mantidas em sua integridade, assim como a freqüente repetição das palavras. Além das notas de rodapé, elaboradas pelo tradutor, este volume conta com uma árvore genealógica dos principais núcleos familiares e uma lista completa de personagens, que facilitarão muito a leitura deste grande clássico. (retirada do skoob)

Anna Kariênina foi escrito no final do século XIX. Nele, vemos a sociedade russa, com seus costumes e peculiaridades.  Talvez por isso, eu tenha tido uma relação diferente com o livro. Não entrei na história, me coloquei no papel de observadora.

Gente, achei tão engraçado cada pessoa reservar um horário em que vai receber convidados, e essas pessoas começarem a chegar sem aviso. Explico melhor: alguém divulga que "recebe" toda quarta das 18 às 22 horas. Durante esse tempo, chegam visitas e começam a interagir com os donos da casa e com os outros que decidiram aparecer por lá também. 

Não é de bom tom chegar para a visita a pé, então mesmo que seja uma caminhada de dez minutos, é necessário providenciar cavalos para a utilização de algum meio de transporte que dependa deles. Também é necessário falar francês em algumas situações, para se mostrar chique, mesmo que a língua oficial seja o russo. Enfim, muitas coisas que remetem a um mundo e a uma época bem diferentes.

É um clássico que eu queria ler já há bastante tempo. São muitas personagens, e dá pra se confundir um pouco com os nomes delas... porque não é sempre que as pessoas são tratadas pelo mesmo nome. E como eu não entendo nada da língua ou dos costumes russos, sou incapaz de decifrar porque os nomes têm derivações tão curiosas. Realmente não tenho a menor ideia de porque uma pessoa às vezes é chamada de três formas diferentes, e bem diferentes, por sinal. Mas a gente se acostuma a isso, a história é bem longa e permite que conheçamos as personagens profundamente. Elas dividem seus pensamentos conosco, mesmo que os escondam das  outras personagens.

Personagens que, aliás, seguem caminhos inversos: algumas estão com a vida totalmente estruturada no início; por mais que não se sintam as pessoas mais felizes de todo o mundo, têm suas pequenas felicidades para confortá-las. Algumas destas se perdem no decorrer da história, chegando a um total desequilíbrio. Outras, que começam sem saber bem o que desejam da vida, acabam alcançando uma vida plena e feliz. Tudo causado pelas escolhas de cada uma delas, obviamente. O autor nos mostra que reconhecer os erros e ter a capacidade de perdoar são coisas muito importantes para alcançar o equilíbrio e a tão almejada felicidade.


É absurdo não aceitarmos a vida como ela é, deixarmo-nos dominar pelo passado. Há que lutar para viver melhor, muito melhor.

Anna Kariênina fala de muitos assuntos relevantes, como vocês podem ver na sinopse. Como não tenho conhecimento sobre eles, não vejo sentido em tentar esclarecê-los. Mas é uma aula sobre tudo o que a sociedade russa vivia, uma leitura bem densa. Apesar disso, não tive dificuldades com o livro. Me apeguei à história, deixei que os acontecimentos me guiassem pelo universo de Tolstói. Com certeza não me decepcionei.


- Sempre gostei de ti, e quando se gosta de uma pessoa, gosta-se dela tal como é e não como nós quereríamos que fosse. 
(...)
- Apenas pretendo viver, sem prejudicar ninguém, exceto a mim própria.



Maio - Tema: Livros citados em filmes (Anna Kariênina é citado no filme A Insustentável Leveza do Ser)

9 comentários:

  1. Sinopse gigante, né?! rs a maior que já li. Nunca tinha ouvido falar desse livro, e me parece ser um clássico que merece ser lido. Adoro como é diferente a escrita desse tipo de literatura, conhecer os costumes de regiões e épocas diferentes da nossa é o que mais me agrada. A capa já tem aquele quê de antigo, muito aconchegante e simples. =D

    ótima resenha!

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  2. Oi Ju!
    Esse é realmente um clássico de Tolstói que merece ser "revisitado", a narrativa não é exatamente fluída mas o enredo evolui bem.
    Uma curiosidade é que qd Anna trai o marido em busca de uma pseudo-liberdade é exatamente onde ela perde a aclamada liberdade =/ em uma sociedade que vivia de aparências.
    No cinema estreou em março a 5ª adaptação do romance, desta vez com uma película que encantava pela ideia de passar em "quadros emoldurados".
    Sem dúvida perde e muito em relação ao livro, como quase sempre aliás, mas o visual apresentava efeitos mágicos.
    bjs

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    1. Oi Luna! Pois é, agora tenho que correr atrás desse filme! Agora que você falou da ideia dos "quadros emoldurados" eu entendi porque são tão perfeitas as imagens do filme que vi pela internet! Beijo!

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  3. Nossa nunca tinha ouvido falar sobre esse livro e que sinopse grande heein??!! Mas gostei da capa, da sinopse e da resenha, é um clássico literário muito rico, pois representa a sociedade russa do século XIX, acredito que seja um livro bem crítico quanto aos costumes da época. E nossa fiquei super feliz com noticia da Luna sobre ter o filme, apesar dos livros serem sempre mais emocionantes dos que os filme! Mas eu curto um bom livro e um bom filme!

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  4. Eu sou louca para ler esse clássico, mas não consegui compra-lo ainda. Sou louca por Tolstói.

    Sabe que essa história de marcar horário para receber visitas é bem legal!! Eu gostei. Assim nunca pegaria desprevenida.

    Eu também não gosto muito dessa história de chamar uma mesma pessoas de várias formas, ainda mais quando o livro tem muitos personagens. É tão confuso.

    Eu achei um pouco completo todos esse assuntos tratados, mas como eu não conheço nada sobre os costumes russos, vai ser bem interessante.

    Eu quero ler logo, para poder assistir ao filme.

    ;)

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  5. Nossa quando eu vi que você tava lendo esse livro achei interessante, cheguei a procurar no skoob, as deu uma preguicinha de ler a sinopse gigaaaante haha
    Adoro clássicos! Mas nunca havia ouvido falar dele e eu acho histórias antigas tããão interessantes, sei la coisas antigas me atraem, mas essa história parece um pouco complicadinha.
    Nomes de personagens confundidos, formalidades demais durante a história e muitos costumes russos (muita coisa pra minha cabeça, porque eu também não entendo nada sobre isso)
    Enfim, achei o livro muito interessante! Tenho certeza que nos ensina muitas coisas e isso é realmente bom! Eu leria, só para assistir o filme depois haha!

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  6. Nossa, muito legal você ter resenhado um clássico, este eu nunca li!

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  7. Eu adoro romances de época, justamente porque aprendemos muito. Ainda não li este livro, só vi o filme. Estou com "Guerra e Paz" aqui em casa deste mesmo autor, mas ainda não iniciei a leitura. Depois desta resenha fiquei mais animada.
    Abraços,
    Gisela
    @lerparadivertir
    LerparaDiverir

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  8. Adorei a resenha, fiquei super animada para ler esse livro!

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