Título: A Cor do Invisível
Autor: Mário Quintana
Editora: Alfaguara
Sinopse: Neste livro, de 1989, o Quintana octogenário mais uma vez exercitava a força poética de seu olhar de menino, potência reveladora do lírico que aborda o mundo como quem o vê pela primeira vez. Reunindo poemas novos e antigos até então inéditos, juntando textos mais acabados a simples frases e fragmentos dotados de grande poder de sugestão, A cor do invisível tem tudo o que se espera de um livro de Quintana: a capacidade de tatuar a emoção e fabricar a memória afetiva de seus leitores. (retirada da contracapa do livro)
Esta é uma resenha do Desafio Literário 2012.
Dezembro - Tema: Poesia
Sei que peguei o livro pensando em ler aos poucos. Mas eu realmente devoro livros, e eu realmente amo Quintana, então o resultado foi ler o livro do início ao fim de uma só vez. Com algumas paradas para pensar, para sorrir, para me deliciar com as palavras.
Foi Quintana quem me fez gostar de poesia. Antes de conhecê-lo, confesso que o gênero não me atraía muito. Mas encontrar poucas frases dele por aí foi o suficiente para que eu me apaixonasse pelo poeta.
S.O.S.
O poema é uma garrafa de náufrago jogada ao mar.
Quem a encontra
Salva-se a si mesmo...
Ele me faz flutuar. Me sinto mais leve e mais feliz ao ler qualquer coisa que ele tenha escrito.
Como é que tens de súbito esta serenidade
De quem recebesse uma hóstia em pleno inferno.
Deve ser de versos que leste e nem te lembras,
De telas, de estátuas que viste,
De um sorriso esquecido...
Tem como não sorrir?
Ele nos faz refletir sobre o amor...
A letra e a música
Quando nos encontramos
Dizemo-nos sempre as mesmas palavras que todos os amantes dizem...
Mas que nos importa que as nossas palavras sejam as mesmas de sempre?
A música é outra!
Sobre a vida e as oportunidades que ela nos apresenta... sobre a maravilha de ter uma segunda chance.
Os rios
Há na vida tanta coisa,
Tanta coisa e um só olhar!
Toda a tristeza dos rios
É não poderem parar...
Sobre a morte (ou sobre a transformação da vida...).
Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce, - uma estrela,
Quando se morre, - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
Enfim, Quintana é para todos os momentos. É para deixar na cabeceira da cama e ler sempre que precisar de um pouco de paz e luz. É poesia que faz a gente se sentir vivo, feliz e agradecido.
Outro retrato
Ela era branca branca branca
Dessa brancura que não se usa mais...
Mas tinha a alma furta-cor.
Com essa postagem, chega ao fim minha participação no Desafio Literário deste ano. Ainda não me decidi quanto à participação no ano que vem. Eu gostei bastante, mas tenho tantos livros na fila para ler que não sei se inventar mais leituras é realmente uma boa ideia.
Espero que tenham gostado de se aventurar comigo por temas que não costumo ler! E que esse sopro de poesia tenha lhes feito algum bem! =)
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Eu tb não dava muita atenção a poesias. Quintana é realmente para tds os momentos.
ResponderExcluirO interesse pela poesia é algo que surge aos poucos. Ninguém que tá começando a ler vai gostar de pegar logo um livro de poesias.
ResponderExcluirEu hoje já gosto bastante - depois de muito tempo sem ter coragem de começar.
Adorei sua resenha, ficou ótima!
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Os poemas de Mario Quintana são simplesmente maravilhosos. Gostei demais desse post. Parabéns por lembrar desse autor.
ResponderExcluirDesde pequena sempre me encantei por poemas e, com certeza Mario Quintana sabe o que faz com as palavras, ele simplesmente toca as pessoas com simples versos... Muito bom!
ResponderExcluirSinceramente não me dou muito bem com poemas, gosto de historias longas! Mas tenho que admitir que ha muitos autores que eu tiro o chapeu :)
ResponderExcluirAcho que poemas e Luana, não tem uma relação muito boa rs até que alguns eu me identifico bastante, só que a maioria é uma grande confusão, cheguei a conclusão que tenho que ampliar meus gostos e o que parece Mario Quintana é um bom começo.
ResponderExcluiré realmente difícil fazer uma analise sobre poesia, mas ficou bem legal a resenha... Amei os poemas que você selecionou, principalmente A letra e a Música e Inscrição para um portão de cemitério, incrível. Essa resenha me trouxe lembranças de quando tive que recitar em sala de aula um dos poemas de Quintana entre outros poeta com Fernando Pessoa que eu adoro!
ResponderExcluirPoesia é lindo né? Mas em matéria de poesia não existe bom ou ruim, é tudo gosto, é como você se sente quando lê, o que você ouve, como soa *-*
ResponderExcluiradoro poemas, acho tão emocionante, sempre toca na minha alma! esta de parabens!
ResponderExcluirEu não gosto de poesia e eu estou precisando quebrar esse meu preconceito, :p mas tenho que confessar que Mário Quintana é perfeito!!! E essa capa, que coisa mais lindaaa.
ResponderExcluir;)
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