[DL 2012] Resenha - Como Água para Chocolate

Janeiro -Tema: Literatura Gastronômica

(...) todos nós temos em nosso interior os elementos necessários para produzir fósforo (...) muito cuidado em ir acendendo os fósforos um por um. Porque, se por uma emoção muito forte, chegam a se acender todos de uma só vez produzem um resplendor tão forte que ilumina mais além do que podemos ver normalmente, e então diante de nossos olhos aparece um túnel esplendoroso que nos mostra o caminho que esquecemos no momento de nascer e que nos chama a reencontrar nossa perdida origem divina.

 John Brown, em "Como Água para Chocolate"

Título: Como Água para Chocolate
Autora: Laura Esquivel
Tradução: Olga Savary
Editora: Martins Fontes
Número de páginas: 205
Edição: 7ª      Ano: 2001

Sinopse: Neste surpreendente romance que tem como subtítulo Romance em fascículos mensais com receitas, amores e remédios caseiros, tudo gira em torno da cozinha. Cada capítulo é aberto com uma extraordinária (e perfeitamente realizável) receita, em torno da qual não só se aglutinam os comensais que as consomem como também se “cozinham” e “coalham” amores e desamores, risos e prantos (sobretudo risos). 

Fonte:  http://www.martinsfontespaulista.com.br/ch/prod/117084/COMO-AGUA-PARA-CHOCOLATE.aspx

A primeira coisa que me sinto obrigada a dizer é que este não é um livro para vegetarianos. Não para vegetarianos que, como eu, fizeram esta escolha por ter dó dos animais. Já me bastam minhas lembranças de criança de frangos correndo com o pescoço caído. Minha vó só me deixou por perto uma vez, ou nunca conseguiria matar frangos pra cozinhar pra família. Não acho legal ver a descrição detalhada de como se faz chouriço, nem nada do tipo. Só por isso já considero que fiz a escolha errada para o mês.

Apesar disso gostei da história de Tita (apesar de não concordar com suas escolhas), contada por sua sobrinha-neta tendo como base o livro de receitas que recebeu de herança. Tita cresce na cozinha e aprende a se expressar através da comida. Cada capítulo do livro é iniciado com uma receita (que não é de forma alguma perfeitamente realizável, como diz a sinopse), que tem a ver com os eventos que serão apresentados a seguir - e muitas vezes é responsável pelo desfecho dos acontecimentos.

Gertrudis é minha personagem preferida. É a única das irmãs que realmente se liberta e que vai cuidar da sua vida do jeito que acha que deve cuidar. Dá um alívio ver uma personagem assim no meio de tantas outras sem atitude.

Enfim, eu quis ler até o fim, queria saber o que aconteceria com Tita, Rosaura e Pedro, acredito que isso fale a favor do livro. Deu vontade de pular as receitas, mas resisti, não teria cumprido o desafio se as pulasse, afinal, me comprometi a ler ao menos um livro de cada tema, e não meio livro. Missão cumprida. Que bom. Espero que minha próxima escolha me agrade mais.

Próxima leitura: As Esganadas, de Jô Soares (mas posso mudar de idéia e ler mais um livro do tema de fevereiro antes... rs)