[Resenha - Universo dos Livros] As Extraordinárias Cores do Amanhã

Título: As Extraordinárias Cores do Amanhã

Autora: Emily X. R. Pan

Tradução: Suria Scapin

Editora: Universo dos Livros

Número de páginas: 480

Skoob

As extraordinárias cores do amanhã já foi indicado como um dos melhores livros para ler em 2018 pela American Booksellers Association e emocionou escritores como John Green e Gayle Forman. Leigh Chen Sanders é uma garota meio asiática, meio americana, e precisa lidar com um fato: no mesmo dia em que beijou Axel, seu melhor amigo (e paixão secreta há anos), sua mãe se suicidou. Além disso, Leigh tem plena certeza de que a mãe virou um pássaro. Ao viajar rumo a Taiwan para encontrar os avós maternos pela primeira vez, ela está determinada a também encontrar a mãe, o pássaro. Nessa busca, a garota precisa enfrentar fantasmas antigos ao descobrir segredos da família e desenvolver uma nova relação com seus avós ao mesmo tempo em que lida com o próprio luto. Alternando entre o real e o fantástico, o passado e o presente, a amizade e o romance, a esperança e o desespero, As extraordinárias cores do amanhã é uma história maravilhosa e profunda sobre como se encontrar a partir dos laços com sua família, sua arte, sua dor e seu amor.

Leigh é uma adolescente que precisa lidar com uma enorme dor: perdeu sua mãe. Mas não de qualquer maneira, ela se matou. E num momento em que Leigh estava bem próxima de casa, mas ocupada com a própria vida. De repente, coisas inesperadas começam a acontecer, e parece ser tudo causado por um pássaro vermelho, que na verdade Leigh descobre que é sua mãe voltando da maneira que conseguiu para fazer contato com ela. 

O pássaro não esclarece seus motivos, mas a garota e seu pai acabam entendendo que precisam ir a Taiwan, lugar em que os avós de Leigh, que ela nunca conheceu e nem sabia que estavam vivos, ainda moram. Leigh terá que encarar uma cultura completamente diferente, e ainda a barreira da língua, para atender ao último (e inexplicável) desejo da mãe: "eu quero que vocês se lembrem".

Está tudo bem em sentir medo. Mas não está certo se o medo impedir você de agir. Você não deve ficar sem fazer nada. Não vale a pena viver assim.

Levei meses pra ler esse livro. Simplesmente foi uma leitura muito arrastada para mim. Ele tem coisas boas? Claro! A Leigh e seu melhor amigo são artistas, e os dois sempre falam sobre seus sentimentos os comparando a cores. Até me lembrou minha mania de dar cores para todas as palavras, mas claro que os dois têm um nível muito mais avançado de relacionamento com as cores do que eu, é algo mais profundo. 

Gostei das personagens e torci muito para que se entendessem e conseguissem seguir em frente com suas vidas. Temos a história sendo contada no presente e também através de momentos do passado que são revelados de uma maneira um tanto quanto peculiar. Leigh descobre como ter acesso às memórias de várias pessoas, inclusive de algumas que nunca conheceu.

Quando você descobrir o que importa, descobrirá como ser corajoso.

A obra também fala bastante da cultura e das tradições de Taiwan, e conhecer culturas diferentes é sempre enriquecedor, embora eu como vegana tenha ficado um tanto quanto agoniada com as comidas descritas.

Uma das coisas reveladas no final me surpreendeu muito. A obra tem um lado sobrenatural muito marcante, e confesso que mesmo achando que não tem como a história fazer total sentido com o que foi revelado, a não ser que a protagonista tenha sonhado com praticamente todos os acontecimentos que dividiu com o leitor, achei fascinante o caminho escolhido pela autora.