[Resenha - Rocco] Foxcraft: A magia da raposa

Título: Foxcraft - A magia da raposa

Autora: Inbali Iserles

Tradução: Débora Isidoro

Livro #1 da série

Editora: Rocco

(Selo Rocco Jovens Leitores)

Número de páginas: 272

Skoob

Destemidas, solitárias, trapaceiras, pouco confiáveis... Seja em fábulas ou ditos populares, o imaginário coletivo não tem sido muito generoso com as raposas. A inglesa Inbali Iserles, uma autora premiada e apaixonada por animais, convida os leitores a conhecer melhor esses seres incríveis com a série Foxcraft, uma emocionante trilogia de fantasia protagonizada por uma raposa filhote. Isla vive nos limites das terras dos sem-pelo (os humanos) e está começando a desenvolver suas habilidades. Um dia, ao retornar para sua toca, ela está em chamas e cercada por raposas estranhas. E sua família não está em lugar nenhum. Forçada a fugir, Isla escapa para o frio e cinza mundo dos sem-pelo e é caçada por um inimigo cruel. Para sobreviver e encontrar sua família, Isla precisará dominar a antiga arte das raposas - poderes mágicos conhecidos apenas por elas - e desvendar os segredos da Foxcraft.

Isla é uma filhote de raposa que até o momento teve uma vida bem tranquila. Ela e seu irmão, Pirie, viveram sempre juntos desde o nascimento, e nunca lhes faltou a proteção dos pais e da avó. Mas um dia, ao ficar para trás na volta para casa, Isla se vê numa situação impensável: encontra raposas estranhas e com certeza más em sua toca.

Depois que elas saem, descobre que sua família não está lá. A raposinha então embarca em uma jornada de busca a eles, precisando desbravar territórios a que nunca imaginou que iria. Mas parece que aquelas raposas estranhas nunca desistirão de encontrá-la e alguém aparece dizendo que pode ajudá-la. Mas será que ela pode confiar em um completo estranho?

Há muitas maneiras de uma raposa morrer, mas só uma para ela viver. (...) Nós escolhemos sobreviver, e esse é o nosso legado. Escolhemos viver e nunca desistimos.

Quando iniciei a leitura da obra, fiquei encantada com a possibilidade de ver o mundo pelos olhos de Isla. Consegui sentir o mesmo que ela, todo o medo e a coragem que teve de buscar em si mesma para enfrentá-lo. Toda a solidão e a ansiedade de se reunir com as raposas que amava. É uma personagem realmente encantadora.

Mas, no decorrer da história, não consegui manter toda a minha empolgação com o enredo. As coisas se tornaram mais monótonas e até um pouco repetitivas, embora fossem inseridos novos elementos na história, como a magia da raposa do título de que a protagonista nada sabia. Aliás, adorei essa parte, sou louca por tudo o que envolve magia e o que a Isla aprendeu durante a narrativa ela conseguiu aplicar em certas situações.

Acredito que esse primeiro volume poderia ter ido um pouco além e explorado por menos tempo a Isla perdida na cidade e a perseguição que ela sofreu, porque existem várias cenas dela trombando com os perseguidores em suas andanças. Ainda assim, gostei da leitura, e na verdade essas partes serviram para mostrar a evolução da personagem e a forma com que aprende a lidar com seus poderes.

Achei muito legal que as raposas se comunicam entre elas, mas não entendem a linguagem dos homens, o que faz com que Isla tenha mesmo que fazer suas descobertas por ela mesma. Por exemplo, ela aprendeu com a família que as ruas se chamam canal da morte e os carros esmagadores, mas como morava a certa distância deles precisa aprender como se virar na cidade sem ser morta por um veículo, ou até mesmo capturada por um sem-pelo (sim, um homem... Rs...).

Mesmo que não seja um livro perfeito, com certeza continuarei a leitura da série. Sou apaixonada por raposas desde que, ainda criança, li O pequeno príncipe, e a premissa desse livro é bem inovadora. O principal mistério desse volume, o porquê da família de Isla ser um alvo, permanece, e mal vejo a hora de descobrir toda a capacidade que a raposinha possui e os motivos dela precisar se esconder.