Estive em São Paulo por alguns dias e, embora tenham sido dias muito corridos e tenha faltado tempo para fazer tudo o que eu precisava fazer, fiz questão de reservar uma noite para rever uma peça que assisti pela primeira vez em 2017 e amei demais. Trata-se de A visita da velha senhora, em cartaz no Teatro do Sesi, na Avenida Paulista.
Se você mora em São Paulo e não tem costume de assistir às peças que ficam em cartaz por lá, não sabe o que está perdendo. Já vi várias e nunca saí decepcionada. E não tem desculpa para não ir, já que os ingressos são sempre gratuitos, distribuídos nos dias 10 e 25 de cada mês, a partir das 8 da manhã, pela internet, através do Meu Sesi. Mas normalmente tem gente que não comparece, o que permite que várias pessoas consigam assistir chegando com antecedência no dia do espetáculo para pegar um dos ingressos remanescentes. Na sessão do dia 31/01, por exemplo, sobraram vários lugares, o que é uma pena, principalmente falando de uma peça tão fantástica. Vamos a ela.
A visita da velha senhora
Autor: Friederich Dürrenmatt
Tradução: Christine Röhrig
Adaptação: Christine Röhrig, Denise Fraga e Maristela Chelala
Direção geral: Luiz Villaça
Elenco: Denise Fraga, Tuca Andrade, Ary França, Fábio Herford, David Taiyu, Romis Ferreira, Maristela Chelala, Renato Caldas, Eduardo Estrela, Beto Matos, Luiz Ramalho e Rafael Faustino
Duração: 120 minutos
Classificação: 14 anos, por conter cenas de violência, consumo de álcool e tabaco, sugestão sexual
Em cartaz no Teatro do Sesi-SP (Avenida Paulista, 1313) até 18/02/2018 - De quarta a sábado às 20 horas e domingo às 19 horas
Os cidadãos de Güllen, uma cidade arruinada, esperam ansiosos a chegada da milionária que prometeu salvá-los da falência. No jantar de boas-vindas, Claire Zahanassian impõe a condição: doará um bilhão à cidade se alguém matar Alfred Krank, o homem por quem foi apaixonada na juventude e a abandonou grávida. Tendo a proposta rejeitada, Claire decide esperar hospedando-se com seu séquito no hotel da praça principal. A partir dessa premissa, o suiço Friederich Dürrenmatt cria uma sequência tragicômica de cenas que expõe ao máximo a fragilidade moral do homem quando a palavra é dinheiro. Quem mata Krank? Cairá Güllen na tentação de satisfazer o desejo de vingança da milionária? Ou fará justiça? Até que ponto a linha ética enverga diante do poder do dinheiro?