sábado, 28 de dezembro de 2013

[Resenha - Companhia das Letras] 1984

Postado por Ju às 22:00
Título: 1984
Autor: George Orwell
Tradução: Alexandre Hubner/ Heloisa Jahn
Editora: Companhia das Letras

Sinopse: "1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984 , o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo. (Fonte: skoob)

Winston Smith vive em Londres, terceira cidade mais populosa da Oceânia. Ele, assim como todos os outros habitantes, habituou-se completamente ao estilo de vida imposto pelo "Grande Irmão" - todas as casas possuem uma "teletela", que tanto transmite os sons e imagens que o Governo deseja que todos conheçam, quanto serve como transmissor de tudo o que se passa em cada residência.

Claro, não havia como saber se você estava sendo observado em um momento específico. Tentar adivinhar o sistema utilizado pela Polícia das Ideias para conectar-se a cada aparelho individual ou a frequência com que o fazia não passava de especulação. (...) Fosse como fosse, uma coisa era certa: tinha meios de conectar-se a seu aparelho sempre que quisesse.

E esse não é o maior perigo a que as pessoas estão expostas. Não é possível ter um amigo, confiar em alguém; nem mesmo em um membro de sua própria família. As crianças desde pequenas são treinadas como espiãs, e com frequência entregam os pais ao Partido. 

A sociedade é dividida em três partes. A primeira, composta pelos membros do Núcleo do Partido, engloba menos de 2% da população. Os que participam dela vivem com mais conforto, moram em locais agradáveis, podem se vestir com roupas mais confortáveis, têm empregados, comem comida que tem um gosto bom. A segunda parte é composta pelos membros do Partido Exterior - são as pessoas que recebem educação, têm lugares "seguros" para morar, possuem um trabalho diretamente ligado aos interesses do Partido. A terceira parte da população é composta pelos "proletas" - pessoas que vivem do seu jeito, têm os piores trabalhos, mas ainda conseguem conservar-se "humanos".

Apesar do idioma mais falado ser o inglês, a Oceânia pretende que, em alguns anos, o único idioma utilizado seja a Novafala - não é verdadeiramente um novo idioma, é só um jeito diferente de se expressar, que usa muitas abreviaturas. É constantemente "aperfeiçoada", e a cada nova edição de dicionário que é feita, menos palavras existem. O objetivo? Limitar o pensamento. O Governo pretende que as pessoas acreditem somente no que ele divulga como verdade absoluta. Até mesmo o passado é transformado aos poucos e, como todos os registros históricos escritos/em aúdio/ em vídeo estão sobre o controle do Governo, chega um momento em que as pessoas que se lembram dos fatos de forma diferente acabam por acreditar que elas é que estão erradas. São ensinadas a encarar suas lembranças "erradas" como "pegadinhas de seu cérebro", e lutam contra elas com todas as suas forças.

O Partido tem três slogans que todos devem ter em mente (os slogans são a parte que está em caixa alta, o restante são explicações - que o Partido não fornece, claro). Já peço desculpas antecipadamente pelas citações gigantes... rs... Não consegui terminar a resenha sem elas. 

GUERRA É PAZ

O ato essencial da guerra é a destruição, não necessariamente de vidas humanas, mas dos produtos do trabalho humano. A guerra é uma forma de despedaçar, de projetar para a estratosfera ou de afundar nas profundezas do mar materiais que, não fosse isso, poderiam ser usados para conferir conforto excessivo às massas e, em consequência, a longo prazo, torná-las inteligentes demais.

O mundo foi dividido em três superestados e, desde então, a guerra se tornou uma constante. Eventualmente, o inimigo mudava. Mas o Partido sempre fazia parecer que o novo inimigo havia sido o único, desde sempre.

LIBERDADE É ESCRAVIDÃO

Sozinho - livre - o ser humano sempre será derrotado. Assim tem de ser, porque todo ser humano está condenado a morrer, o que é o maior de todos os fracassos. Mas se ele atingir a submissão total e completa, se conseguir abandonar sua própria identidade, se conseguir fundir-se com o Partido a ponto de ser o Partido, então será todo-poderoso e imortal.

IGNORÂNCIA É FORÇA

O problema é educacional. Trata-se de moldar incessantemente a consciência tanto do grupo dirigente como do grupo executivo situado logo abaixo dele. Quanto à consciência das massas, só é necessário influenciá-la de modo negativo. (...) Os proletários só teriam como tornar-se perigosos se (...) recebessem melhor educação; contudo (...) o nível da educação popular na verdade está em declínio. Seja qual for a opinião que as massas adotam ou deixam de adotar, essa opinião só merece indiferença.


Os indivíduos são ensinados a lidar com o cérebro de um modo diferente desde pequenos. Só há um jeito correto de pensar, não importando quão incoerente ele possa parecer a princípio. É necessário controlar completamente a mente, mesmo em momentos de inconsciência, como o sono. Quem não conseguir fazer isso, com certeza será punido por algum pensamento-crime.

Sou fã de distopias, e essa foi escrita há muito tempo atrás. Então, claro que eu tinha muita vontade de ler esse livro. E achei fantástico. O autor faz a gente refletir o tempo todo sobre o rumo que a humanidade pode tomar a qualquer momento. "Grande Irmão", pessoas sendo observadas todo o tempo... isso lembra alguma coisa a alguém? Pois é, o Big Brother não surgiu do nada.

A leitura é bem complexa às vezes devido à quantidade de conceitos novos que precisam ser absorvidos. Mas não a considerei nem um pouco cansativa. Pelo contrário, consegui ler 1984 em menos tempo que o previsto.

Há muito mais coisas que eu gostaria de dizer sobre o livro, mas já escrevi demais. Se alguém já leu, me diga o que achou nos comentários, por favor.

Com essa leitura (feita com atraso), encerro o Desafio Literário 2013. Agora ainda tenho um livro pela frente para finalizar o terceiro desafio de que participei em 2013. Em 2014, não farei mais loucuras desse tipo... rs... Participarei apenas de maratonas/desafios eventuais, de menor duração. Mas recomendo a todos que vivam uma experiência como essa ao menos uma vez! =)

14 comentários:

  1. Não li esse livro ainda, mas confesso que meu desejo só aumenta conforme as inúmeras resenhas que vou lendo do mesmo. A história parece muito boa, sem contar que fiquei surpreso quando citou o Big Brother na resenha. Não imaginava que havia ligação... rsrs
    Ótima resenha!
    xoxo
    Gabriel - Blog Corações de Neve

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  2. Ju, morro de vontade de ler esse livro há séculos! E não só porque, assim como você, também sou fã de distopias, mas por ser um livro clássico, daqueles que todos sabem que precisam ser lidos. Vou ver se em 2014 ele entra MESMO na minha lista de livros para ler.
    Adorei seus apontamentos! Parabéns.
    Beijão! Fica com Deus!

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  3. Oi, eu já vi este livro em uma biblioteca, mas nunca tive vontade de ler, a capa não me chamou a atenção kkk, não tenho vontade de ler.
    Abraços
    http://vampleitores.blogspot.com.br/

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  4. Oie Ju
    Eu ainda não li esse livro, mas tenho muita vontade. Esse ano tive uma matéria da faculdade em que estudamos muito sobre esse livro é fiquei bastante curiosa em ler, já que como você gosto de distopias também.
    Parabéns pela resenha e vou tentar ler esse livro agora em 2014.
    Beijos

    Jéssica
    www.leitorasempre.com

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  5. Oi, tudo bom?
    Poxa, adorei sua resenha! Sempre quis ler esse livro, mas nunca tinha me aprofundado no conteúdo dele, mas sua resenha me ajudou. Vai entrar na minha lista pra 2014.
    Beijos!

    http://poucosutil.blogspot.com

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  6. Oii
    Ainda não li esse livro, mas achei interessante...
    Vou adicionar às futuras leituras...

    Beijinhos,
    http://lendocomaolly.blogspot.com

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  7. Oi Ju,
    tudo bem?
    Parabéns!!!! ufa, deve ter sido uma loucura mesmo, por isso não participo de desafios.
    Não conhecia essa história, é a primeira resenha que leio, achei muito interessante, gosto muito de distopias também. Boa dica.
    Beijinhos.
    Cila- leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  8. Poxa Ju parece ser um livro bem bacana, estou interessada nele faz um tempão, apesar de não ser muito fã de distopias mas esse livro me chamou a atenção pelo fato dele trabalhar com um tem bem legal: O Rumo que a humanidade pode tomar!!! Ótima resenha!!!

    Beijos!!

    meudiariojk.blogspot.com.br

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  9. Oi Ju!

    Esse livro está na listinha, pretendo lê-lo.

    Feliz 2014!

    http://meuhobbyliterario.blogspot.com.br/

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  10. Arrebentou na resenha! Não é muito meu gênero, mas pela sua resenha eu leria sim!
    Beijos

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  11. Nunca li esse livro, mas está definitivamente na lista de livros que quero ler. É um clássico, e só ouvi elogios sobre a obra.
    Beijos, boas leituras e FELIZ 2014!

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  12. Arrazou na resenha! Meus gêneros de livros preferidos são os de drama e os que vão mais pra esse lado de politica,estou muito interessada pelo livro e ele já entrou para minha listinha de desejos! Beijos

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  13. 1984 está na lista de clássicos que quero ler um dia. A ideia me lembra um pouco a de Admirável Mundo Novo, principalmente pela originalidade, considerando que é uma história escrita há tanto tempo.

    Ah, estou participando de um Desafio Literário pela primeira vez e adorando! Realmente é bem divertido! Se quiser, te mando o link :)
    bjos!

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  14. Ju! Desculpa pelo antigo comentário, é que eu confundi o seu comentário falando que encerrou o Desafio Literário de 2013 com a Read-a-Thon Br. Bom agora lendo a resenha com bem mais calma rs. Eu sou super fã de distopias, mas eu não gostei muito dessa, mesmo o livro parecendo muito interessante e bem escrito, mas eu arriscaria a leitura quem sabe, eu goste do livro.

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